O Miss Universo é considerado uma das mais importantes competições de beleza do planeta e celebrou ontem, dia 08/12/2019, a sua 68ª edição com um formato desgastado. O concurso vem tentando deixar de lado o formato de propagador da objetificação do corpo feminino, segundo Fábio Luiz de Paula da Folha Express.
Há tempos que o evento apresenta um número de mulheres estereotipadas, com a exigência da perfeição e de um padrão de beleza inatingível a todas as outras simples mortais. O esforço que se faz para participar de um evento deste tipo é algo inacreditável, que circula entre dietas, exercícios exaustivos e quando isso não funciona, se recorre às cirurgias plásticas, ou seja, são sacrifícios enormes para enaltecer que para ser bonita é preciso ser magra e perfeita.
Bom, o evento está cada vez mais enxuto e arrisco a escrever que, ele pode ter vida curta daqui para frente se não se reinventar. A mulher feminina, magra, linda, perfeita não é real! Não é à toa que um dos maiores desfiles de lingerie do mundo, o da Victória Secret’s, passou a rever seu formato, recentemente, pois também passava uma imagem que não é a realidade da maioria das mulheres.
Sim. O formato ainda é o mesmo, ou seja, há 68 anos são desfile de trajes típicos; com trajes de banho; com vestidos de gala e com as famosas perguntas sobre o que se pode fazer pela Paz Mundial – uma alusão ao filme Miss Simpatia de Sandra Bullock.
As mulheres que almejam se tornar Miss Universo, hoje, são formadas, tem carreira, falam mais de uma língua, além das de sua origem, são fortes e ativistas, não querem mais só a paz mundial, querem mudar o mundo. Grande parte delas cita que sofreu ou sofre algum tipo de discriminação: racial, social, por ser mulher, pela opção de gênero e sexual, pelo sofrimento com a violência contra ela. O que comprova que ser mulher em pleno século XXI ainda é um grande desafio.
Me chamou a atenção a frase da Miss México:
“Penso que não estão procurando uma modelo para ser Miss Universo e sim um exemplo”.
A representante da Índia mencionou que trabalha junto a ONG’s para diminuir as diferenças sociais em seu país. Já a Colombiana afirmou, que seu propósito de vida é a construção de uma sociedade melhor.
A brasileira Julia Horta disse que luta pelos direitos humanos e, principalmente, pelos direitos das mulheres e foi assim que se manifestou no desfile de trajes típicos (especificamente não gostei do traje dela).
Já a vencedora do Miss Universo/2019, Zozibini Tunzi, é da África do Sul, tem 26 anos e é Ativista e, quando questionada sobre o que ensinaria a uma menina hoje, respondeu:
“A liderança. Devemos ensiná-las a ocupar seu lugar no mundo porque somos muito poderosas”.
Então pessoal, eu não sou contra o evento não, pelo contrário, é um evento lindo, curto muito o glamour, as minhas alunas e amigas me pedem para comentar os vestidos e desta vez só não o fiz porque tudo foi muito rápido, e também, porque foram poucas as informações sobre os mesmos.
Bem, também penso ser desnecessário o desfile de biquíni, por exemplo, e acredito que poderiam focar mais em quanto são realmente engajadas em seus Países mostrando em que podem contribuir para o mundo, provando por sua vez, que não são só um rostinho e corpinho bonito.
Ah só para registro, eu nunca quis ser miss, na verdade eu queria ser a Cinderela do Programa do Silvio Santos, porque queria ganhar todos aqueles prêmios e brinquedos maravilhosos e claro, usar a coroa, colocar o manto, segurar o cetro e sentar no trono (como boa geminana né?). Cada um com seus sonhos!!!!!!